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Bailarinos portugueses procuram palco de oportunidades fora do país

Nos últimos anos, mais de uma centena de bailarinos profissionais, formados em Portugal, saíram do país à procura de uma oportunidade na área.

O número foi avançado à RUM por Vasco Macide, director de produção na IN TRANZ YT Cia. Jovem, uma companhia de dança recentemente formada e sediada em Vila Nova de Famalicão.

Vasco Macide participou num estudo que analisou o número de profissionais da dança que abandonaram o país, desde 2000. O director acredita que o número de bailarinos que “terminaram os seus estudos de dança em Portugal” e desistiram da carreira por falta de oportunidades também “deve ser astronómico”.


“Em Portugal não há reconhecimento”


Ana Casquilho e Fábio Lopez formaram-se no Conservatório Nacional, mas ela brilha nos palcos da Alemanha e ele já dirige uma companhia de dança em França, a Compagnie Illicite – Baione.

Os palcos nacionais não tiveram espaço para eles, por isso, como acontece com muitos bailarinos, tentaram a sua sorte fora de portas. Ana licenciou-se em dança contemporânea na Holanda e agora é bailarina solista no Augsburg Ballett e coreógrafa com extenso curriculum internacional. Fábio “é coreógrafo convidado em muitas companhias da Europa, mas nunca em Portugal foi convidado para dançar ou coreografar numa companhia profissional”.

Ambos regressaram, a convite da IN TRANZ YT, aos palcos portugueses, tendo sido eles os responsáveis pelas peças da produção de estreia da companhia.

Em entrevista à RUM, a jovem bailarina queixa-se do “espaço limitado” que diz existir em Portugal. “Não é para todos”, apontou. Admitindo que os jovens bailarinos sonham passar por grandes palcos internacionais, Ana assume que todos eles também desejavam voltar ao país onde aprenderam a arte da dança e partilhar conhecimentos. “Até ao dia de hoje, não houve muitas oportunidades. É por isso que acho que um projecto como este é muito bom e já era preciso”, frisou a bailarina.

Para Ana Casquilho, “há muitos bons bailarinos portugueses, mas quase que é preciso ir para o estrangeiro para haver reconhecimento”. “Em Portugal não há reconhecimento”, frisou.

“Cada português contribuiu para a formação de bailarinos de excelência, que estão a alimentar as companhias estrangeiras”


A professora da Escola Artística de Dança do Conservatório Nacional, Cristina Pereira, lamenta que por falta de oportunidades muitos desistam da dança. A IN TRANZ YT surge, por isso, com o objectivo de manter os bailarinos portugueses a estagiar no país

Os que têm a facilidade financeira ou bolsa fazem estágios fora de Portugal, os que não têm essa facilidade desistem da dança e são fantásticos. Vamos tentar manter o maior número de bailarinos jovens portugueses a estagiar cá”, adiantou.

“Cada português contribuiu para a formação de bailarinos de excelência, que estão a alimentar as companhias estrangeiras”, apontou Vasco Macide, lembrando que a companhia que nasceu em Famalicão pretende “ajudar a inverter este processo”. O objectivo passa por “trazer os alunos que saíram”, sendo que 20% deles trabalha já a nível pedagógico. “Queremos trazer estes portugueses que são reconhecidíssimos lá fora para cada produção e, durante o ano, para ensinar”, apontou. 

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