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Utente do Hospital Braga denuncia “vales-careca” enviados pela ACSS
Paulo Pereira, docente da Universidade do Minho e utente do Hospital de Braga, queixa-se de que a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) está a emitir vales-cirurgia inválidos, a que chama “vales-carecas”.
O utente está inscrito no Hospital de Braga desde Novembro passado para realizar duas operações – uma colecistectomia e uma hernioplastia – e, no início de Maio, recebeu o primeiro vale-cirurgia, destinado ao hospital da CUF-Porto.
À RUM, Paulo Pereira revela que a unidade hospitalar rejeitou a cirurgia “devido ao Covid-19”. No final de Junho, o utente recebeu um segundo vale-cirúrgico, novamente para a CUF e agora, também, para o Centro Hospitalar Póvoa de Varzim – Vila do Conde, mas a resposta voltou a ser negativa. “Disseram-me que não realizavam aquelas cirurgias”, assinala.
O utente contactou, de seguida, o Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Vila de Conde, outra das opções oferecidas pela ACSS, mas a unidade hospitalar rejeitou operar Paulo Pereira pelo facto de este ter esclerose múltipla, o que leva o utente a questionar: “se a ACSS disse que esses hospitais tinham disponibilidade, então porque é que não realizaram as operações?”.
Face à denúncia, a ACSS já garantiu que a situação está a ser averiguada, através da Entidade Reguladora da Saúde (ERS), resposta que não convence Paulo Pereira. “Esse deve ser o modus operandi para dar a ideia de que os doentes levaram vales-cirurgia e depois não os utilizaram e assim retiram-nos das listas de espera”, assinalando, ainda, que “não é dito, em lado nenhum dos vouchers, quais são as operações em questão para o doente”.
Paulo Pereira não acredita que vá receber um novo vale-cirurgia e lamenta que as duas operações que tinha previstas acontecer este ano devem agora ocorrer no final do ano ou até em 2021.
“No primeiro vale, as operações nos hospitais convencionados estavam agendadas para Julho ou Julho e, no Hospital de Braga, estava para Outubro; com o segundo vale, as operações nos convencionados passavam para Setembro ou Outubro, e, no Hospital de Braga, para Janeiro de 2021. Isto quer dizer que, caso volte a receber um novo vale, as operações nos convencionados vão passar para Dezembro e, no Hospital de Braga, para Maio 2021”, lamenta.