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Cooperativa Oficina vai gerir a Casa da Memória
A gestão da Casa da Memória, em Guimarães, ficará a cargo da cooperativa Oficina. O espaço cultural concebido em 2012 será, ao que tudo indica, inaugurado a 25 de Abril com uma nova directora executiva. Depois de César Machado e de José Nobre, da Câmara Municipal, foi esta manhã anunciado que a responsável pelo património da Oficina, Catarina Pereira, será a nova directora.
Em reunião camarária, o vereador da cultura, José Bastos, justificou a decisão com as mudanças no panorama legal. “Na altura, quando achávamos que a Casa da Memória ia ser gerida pela Câmara, faria sentido que a gestão fosse entregue aos serviços da cultura da Câmara. Agora que se resolveu o problema do sector empresarial local, é normal que seja agora a oficina a encontrar a solução para a gestão”, explicou.
O vereador da Cultura revelou ainda que o novo modelo da Casa da Memória funcionará em cooperação com a Plataforma das Artes e da Criatividade. José Bastos fala numa articulação “gritante” em termos de oportunidade. “O Centro Internacional das Artes José de Guimarães também é um espaço museológico com muita memória. Terá que haver cooperação em termos de comunicação, programação, mediação e serviço educativo”, garantiu.
Uma mudança que motivou críticas por parte da oposição. O vereador do PSD, Ricardo Araújo, criticou o facto de a Casa da Memória, antes de ser inaugurada, já ter tido três directores executivos diferentes. “Ainda em Setembro fizeram uma conferêcia de imprensa para anunciar o último director”, lembrou. Para o social-democrata “demonstra que o executivo socialista merece condenação política pela forma como tem gerido este processo: um ziguezgue constante”, criticou.
Oposição contesta “desaparecimento” da Sociedade Martins Sarmento na gestão da Casa da Memória
Ricardo Araújo deixou ainda críticas à actuação da Câmara com a Sociedade Martins Sarmento (SMS). O PSD diz que a Câmara responsabilizou a SMS pelo atraso de quatro anos na abertura da Casa da Memória. “A Sociedade está agora integrada no Conselho Consultivo, que conta com cerca de 40 instituições. No inicio do processo, a era vista como uma «instituição âncora» do projecto. Pelo contrário, agora a Câmara atira todas as responsabilidades para a Sociedade Martins Sarmento”, criticou.
Em resposta, José Bastos afirma que o processo inicial da Casa da Memória, com a Sociedade Martins Sarmento “não correu como poderia ter corrido”. “É uma instituição cultural muito respeitada, mas nenhuma instituição está isenta de falhas. Não atribuimos responsabilidade à Sociedade Martins Sarmento, mas assumimos que, por parte da entidade, o processo não correu como devia ter corrido”, explicou.
Os vereadores Torcato Ribeiro (CDU) e António Monteiro de Castro (Coligação Juntos por Guimarães) fazem parte da direcção da SMS e por isso “não se podem pronunciar em sede de reunião camarária”.
Ainda assim, em declarações aos jornalistas, Torcato Ribeiro, assinalou que ainda há muito para saber acerca dos adiamentos na abertura da Casa da Memória. “Há processos que ainda não são devidamente conhecidos. Eu não me posso pronucniar em sede de Câmara, mas penso que alguém há-de vir contar a história da Casa da Memória: o processo inicial, os objectivos e as mudanças de localização”.
Já Antonio Monteiro de Castro, do PSD, afirmou que a responsabilidade é da Câmara Municipal, admitindo que tem conhecimentos na matéria. “A Sociedade Martins Sarmento, entre 2011 e 2012, pedia à Câmara informações e passavam-se meses sem chegar resposta”, revelou.