Braga e Famalicão: Greve dos CTT atrasa distribuição

A correspondência vai chegar “ainda mais atrasada” às caixas de correio nos concelhos de Braga e Famalicão.

Em causa a greve parcial às primeiras duas horas do primeiro período de trabalho dos carteiros dos dois concelhos. Contestam a falta de funcionários, e o trabalho redobrado, para além de não receberem as horas extraordinárias que diariamente trabalham.

A primeira paralisação aconteceu na manhã desta terça-feira, mas vai repetir-se, diariamente, até ao dia 18 deste mês caso os funcionários não sejam ouvidos. 

José Carlos Sá, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações explicou à RUM que “as faltas sistemáticas de trabalhadores, por doença de curta ou longa duração e não são substituídos” acabam por obrigar a que “cada trabalhadorfaça, para além do seu giro, parte do do seu colega que está em falta”. A sobrecarga de serviço está a levar “todos os trabalhadores a trabalhar mais duas e três horas para além do seu horário, sem qualquer remuneração acrescentada”, frisou.

A percentagem de funcionários que aderiu à greve demonstra a indignação da classe. Em Famalicão, de 33 trabalhadores a prestar trabalho efectivo, 31 aderiram à greve. Já em Braga, dos 66 carteiros, apenas quatro não aderiram à paralisação.

Os trabalhadores criticam a privatização dos CTT e referem que as consequências “estão à vista”. José Carlos Sá acrescenta que “tem que haver bom senso e alguém tem que conversar para que se resolva este problema”. Para além da distribuição, os carteiros queixam-se de “falta de material, de veículos motorizados”, para além das condições de risco na estrada no dia-a-dia.

Os funcionários pedem à administração dos CTT que contrate mais pessoal e deixe de contabilizar trabalhadores que, na realidade, não estão ao serviço por acidente, doença ou diminuídos fisicamente. Só em Famalicão, “seis ou sete trabalhadores, há uns meses que não se apresentam ao serviço. Em Braga há doze trabalhadores nessas circunstâncias”, denunciou o dirigente sindical.