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Maria de Belém na UM para abordar violência doméstica
Neste dia Internacional para a Eliminação da Violência, Maria de Belém, esteve na Escola de Direito da Universidade do Minho, onde participou nas Jornadas Contra a Violência Doméstica.
A co-fundadora da APAV – Associação Portuguesa de Apoio à Vítima – deixou vários alertas aos estudantes universitários e focou a parte final da aula precisamente na violência no namoro.
Para além de lamentar o número de vítimas diárias deste flagelo, muitas das vezes acabando em morte, Maria de Belém sublinhou que a violência no namoro “é absolutamente intolerável e incompreensível” questionando até “como é que gente tão nova e tão capacitada como são os alunos universitários, acham normal que as suas relações amorosas e afectivas assentem numa base de violência”.
Maria de Belém alertou ainda para a necessidade de todos prestarem atenção ao seu redor e na luta para que nunca ninguém considere que a violência possa ser algo normal. A co-fundadora da APAV referiu que “as vítimas desse crime no namoro são pessoas tão controladas e prisioneiras que não querem a ajuda de ninguém” daí que insista na necessidade de “investir na capacitação das pessoas antes, para que não considerem que isso seja um comportamento normal”. “Uma relação de amor nunca pode ser uma relação de domínio, uma relação de amor é uma relação de respeito, porque se fôr uma relação de domínio já não é amor, é propriedade, é outra coisa”, explicou.
Numa aula, a convite da ELSAuminho, a socialista lembrou que a APAV surgiu “para chamar à atenção para a importância da vítima no contexto do crime”.
Entre 2013 e 2014 as vítimas de violência doméstica incidiram fundamentalmente sobre as mulheres, sendo que as vítimas têm entre 26 e 55 anos e são, sobretudo, casadas.
Maria de Belém fez questão de sublinhar ainda a ideia de que “um pai que bate na mãe não pode ser um bom pai”, isto para responder àqueles que procuram defender a ideia de que o pai que bate na mãe gosta dos filhos e não os trata de igual forma.
Muitos alertas de Maria de Belém que questionou ainda o facto deste crime fazer parte da actualidade: “Como é que no séc.XXI ainda temos manifestações tão brutais que revelam como algumas pessoas tentam ser proprietárias das outras. O crime de violência doméstica é um crime que vai em crescendo, que as pessoas vão tolerando, vão desculpando numa primeira fase e que quando chega às suas fases mais tardias normalmente o desfecho é muito trágico”.
A candidata a Belém alertou a plateia para as consequências “trágicas e horrorosas” que, para além de marcarem as vítimas, acabam por marcar as pessoas que as rodeiam.