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“Guimarães 3000” quer acompanhar idosos isolados
Foi para combater o isolamento dos idosos vimaranenses que nasceu o projecto “Guimarães 3000”. Baseado em dados recolhidos no programa “Guimarães 65+”, o novo projecto tecnológico, pioneiro a nível europeu, pretende fazer o acompanhamento permanente de 3000 idosos que vivem em situação de isolamento. Na prática, cada idoso possuirá um dispositivo tecnológico que, entre várias valências, detecta quedas e a sua localização exacta.
O dispostivo foi apresentado esta segunda-feira. Abel Ribeiro da Silva, responsável de uma das empresas que desenvolveu o dispositivo, explicou que o aparelho pode ser considerado, na sua essência “como um telemóvel” Mas vai além disso. “É um telemóvel que permite entrar em comunicação com a pessoa que está a utilizar, em alta voz, se tiver uma situação de queda, que é detectada, despoletando uma ligação automática”, explicou.
Outra das valências do dispositivo é a detecção da localização exacta dos idosos. “É possível usar a localização para definir os perímetros de segurança, para, por exemplo, pessoas que tem tendência para se perder ou ir para zonas de risco. Definem-se as zonas para onde essa pessoas não deve ir, e, caso vá para esse locais, o mesmo tipo de alerta é accionado”, explicou.
80% das preocupações dos idosos estão relacionadas com as quedas. De acordo com Luís Neves, de uma das empresas que desenvolveu os software, 4% das pessoas com mais de 65 anos precisam de grandes cuidados. Os restantes 96% “têm necessidades muito diversas que é preciso monitorizar”. “Fizemos projectos pilotos em mais de 100 lares em todo o país. Era preciso que a queda tivesse uma resposta sem que a pessoa tivesse que intervir, porque a pessoa pode estar ou não consciente. E detectamos se o idoso está ou não a usar o aparelho”, explicou.
No primeiro ano, o dispositivo chegará a 350 cidadãos. No futuro, poderão não ser apenas os idosos em isolamento a serem abrangidos pelo projecto, disse a vereadora da acção social, Paula Oliveira. “Havendo uma boa experiência, este dispositivo pode ser destinado a outras franjas da população com algum tipo de problemática, que não só as pessoas idosas em situação de isolamento”, ambicionou.
Em 2013, a autarquia lançou o projecto “Guimarães 65+” que, através de telemóveis, promovia uma comunicação mais fácil entre os idosos e várias entidades. Paula Oliveira garante que os dois projectos se complementam. O Guimarães 3000 “é um projecto diferente e autónomo e complementa o 65+. Não substitui nem elimina. Aliás, tem por base todo o diagnóstico do 65+”, afirmou.
O município irá ceder os dispositivos aos idosos, num projecto que custará 70 mil euros aos cofres municipais no primeiro ano de implementação.