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Pacheco Pereira: “Europa não é democrática”

Pacheco Pereira afirma que a génese da Europa foi desvirtuada. O antigo vice-presidente do Parlamento Europeu foi o principal convidado de ontem à tarde na celebração dos 39 anos do Instituto de Ciências Sociais da UM. José Pacheco Pereira foi convidado para proferir a conferência “Portugal e a Europa”. 

À RUM, o também comentador político referiu que “as decisões fundamentais da Europa não são tomadas democraticamente”. “Eu tenho uma ideia muito crítica do que se está a passar hoje. A Europa dos dias de hoje está a pôr em causa coisas fundamentais que levaram à sua criação. Nada tem a ver com a Europa fundada por Jean Monnet, Robert Schumann, Konrad Adenauer… É algo de natureza completamente diferente. É uma Europa que não é democrática, em que as decisões fundamentais não são tomadas democraticamente. De alguma maneira, a Europa retomou a doutrina soviética da soberania limitada: os países não são verdadeiramente soberanos e têm que obedecer a uma burocracia de Bruxelas ou a um conselho no qual mandam os estados mais fortes como é o caso da Alemanha”, explicou.


Para o politólogo e historiador, a perda de identidade da Europa reflecte-se em vários países. “Foi o que aconteceu com os gregos, é o que está a acontecer com o Partido Socialista português, com o Partido Trabalhista inglês e  como vai certamente acontecer com o PS espanhol. Há novas tensões em muitas das zonas políticas com o crescimento de partidos como o “Podemos” ou mesmo todo o processo do Syriza. Mesmo com muitas dificuldades, cada vez mais os cidadãos não aceitam que as regras europeias ponham eu causa o direito de decidir o seu próprio futuro”, rematou José Pacheco Pereira.


O comentador político não deixou de lembrar a forma como a Europa lidou e está a lidar com o flagelo dos refugiados. “A Europa está sempre a queixar-se que tem problemas de demografia e de envelhecimento e, agora, nas circunstâncias concretas em que pode combater esses processos, a Europa tem que aceitar esta realidade, através da abertura de portas a pessoas, que sem dúvida têm comportamentos culturais diferentes. Este fechamento e hostilidade da Europa é inaceitável do ponto de vista das intenções originais dos fundadores”, concluiu Pacheco Pereira.

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