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“Não há instituição que olhe para a cultura como a Diocese”
D. Jorge Ortiga não tem dúvidas que o fomento da cultura promovido pela Arquidiocese de Braga se tem destacado no município. “Creio que na cidade de Braga não há nenhuma instituição que olhe para a cultura como a Diocese. Basta ver o que a Diocese tem feito em termos de cultura e em termos de património. Fala-se muito de recuperação urbana, mas faz-se pouca. A Diocese, nos pouco imóveis que tem, tem procurado fazer essa recuperação que é urgente para bem da própria cidade”, disse o Arcebispo Primaz numa entrevista concedida à RUM, no âmbito do programa Campus Verbal.
O responsável pela arquidiocese de Braga abordou ainda o futuro do S. Geraldo. Sobre o novo espaço, que espera inaugurar ainda este ano, D. Jorge Ortiga lembrou que a cultura que lá acontecerá terá de ser bem mais do que o cinema. “Temos o Auditório Vita que foi criado para a cultura. Mas a cultura não é apenas o cinema, porque o cinema não tem a mesma importância que já teve. Não quero, ainda assim, dizer que passou de moda”, afirmou o Arcebispo que referiu ainda que “há vários espaços vazios nas projecções de cinema”. “O Theatro Circo parece que está vazio, o GNRation também”, sublinhou D. Jorge Ortiga.
“Neste espaço vai-se proporcionar a realização de momentos de cultura e de cinema, caso apareçam”, concluiu.
Reforçando a sua convicção que a sociedade “consome” a cultura de outra forma, D. Jorge Ortiga disse ainda que “o cinema, hoje em dia, está em casa”.
“Temos realizado vários momentos de cinema no Auditório Vita, com meia dúzia de pessoas. Temos feito muita publicidade para estas sessões e conversas, mas temos meia dúzia de pessoas a assistir. A apetência das pessoas pelo cinema é diferente”, refere.
D. Jorge Ortiga criticou ainda os movimentos cívicos que se insurgem contra a solução encontrada para o espaço bracarense e refere que “nos últimos 20 a 30 anos ninguém olhou para a situação do S. Geraldo”. O Arcebispo confessou que lhe custava passar em frente ao S. Geraldo. “Andamos muito tempo à procura de soluções e já tivemos, inclusive, três projectos aprovados pelo anterior executivo. Poderíamos elevar a cota, poderíamos fazer um parque subterrâneo, mas não o vamos fazer”, refere.
A intenção do promotor é preservar algumas pedras do Convento dos Remédios que foi destruído no século passado. “É um sonho difícil de concretizar inaugurar o espaço no dia de S. Geraldo – 5 de Dezembro -, mas vamos tentar fazê-lo”, sublinhou.
As palavras de D. Jorge Ortiga, Arcebispo Primaz de Braga podem ser ouvidas na íntegra já esta terça-feira, a partir das 20h, na edição desta semana do programa Campus Verbal. Uma conversa conduzida pelo jornalista Daniel Silva.