Copyright © – RUM
Todos os direitos reservados.
Designed and developed by Gen Design Studio
Trabalhadores dos CTT assumem pressão e assédio na empresa
O Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos correios e telecomunicações diz que se atingiram os limites dentro da estrutura dos CTT. Esta manhã, em conferência de imprensa, a estrutura sindical lamentou a falta de compreensão por parte da administração e afirmou que os trabalhadores estão descontentes e exaustos. Esta situação, assume o sindicato, está a reflectir-se no serviço diário de distribuição de correspondência. José Sá, coordenador do Minho deste sindicato, assume que a situação se está a degradar. “Até a nós nos espanta. Estávamos habituados a que isto corra mal e cada vez pior, mas, na realidade, isto atingiu o limite e estamos, neste momento, com ambos os pés numa linha vermelha”, assume o responsável.
Mais longe vai o secretário-geral do Sindicato que, em conversa com os jornalistas, lembra que o número de funcionários tem vindo a descer sem haver substituições. “Saíram nos últimos três anos e meio 2400 trabalhadores. Estes saíram do sector da distribuição do correio e do atendimento nas estações. Para os substituir não entrou ninguém”, lamenta.
Vítor Narciso lembra ainda que há dois serviços que serão assumidos pelos CTT – CTT Express e CTT Contacto – sem que haja reforço de pessoal. Esses serviços, anteriormente, eram assegurados por cerca de 600 funcionários, algo reivindicado agora pelo Sindicato. Vítor Narciso diz mesmo que a luta nas ruas pode avançar caso nada seja alterado. “Temos estado nos locais de trabalho em todo o país e o que verificamos é que os trabalhadores estão descontentes. Muitos trabalhadores já se dispuseram em dar um período à empresa para resolver a situação. Se nada acontecer entrarão em formas de luta”, garante.
Por seu lado, José Augusto Pereira, da comissão de trabalhadores, assumiu que há muitas pressões dentro da empresa: “As chefias pressionam os trabalhadores a prolongarem o seu horário de trabalho a troco de zero. A chantagem é mais que muita, a pressão é mais que muita. O assédio é mais que muito. A pressão é tanta que as pessoas desesperam e chegam ao limite. Há situações em que há agressões de trabalhadores perante chefias e vice-versa. Nunca imaginei que isso viesse a acontecer”, lamenta.
O Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos correios e telecomunicações quer agora melhores condições de trabalho, um reforço do número de pessoal. Com esta denúncia esperam sensibilizar e mentalizar os pares de que a situação interna nos CTT é grave e querem, igualmente, alertar a administração para eventuais medidas de protesto caso a situação não se altere.