Copyright © – RUM
Todos os direitos reservados.
Designed and developed by Gen Design Studio
PS quer acabar com asfixia no Ensino Superior
As universidades portuguesas têm menos autonomia que há quatro anos atrás e correm o risco de diminuir a qualidade do que produzem se a coligação de direita continuar no Governo. A análise é feita por Manuel Caldeira Cabral, docente da Uminho e cabeça de lista do PS pelo distrito de Braga.
Ontem à tarde, num debate aberto no campus de Gualtar, o candidato apresentou as principais propostas do PS para a investigação que se faz no Ensino Superior e deixou alertas para o que se está a passar no sistema. O candidato afirma que, em primeiro lugar, é preciso “ºé preciso acabar com a asfixia dando um financiamento a médio e longo prazo com regras claras, com incentivos claros à melhoria do sistema”. Algo que “tem que ser feito já. Se tivermos mais quatro anos de desinvestimento em ciência vamos ter uma desmobilização e vamos ter as instituições a deslizarem para uma decadência”. O socialista defendeu que a situação só não está pior “por resiliência e determinação dos investigadores e dos professores que cá ficaram e que mesmo assim continuam a dar o seu melhor”.
Numa conversa com professores e investigadores foi realçado o papel das universidades portuguesas dentro e fora de portas. Caldeira Cabral alertou que com mais quatro anos “a desincentivar as pessoas” as universidades portuguesas “podem ter uma decadência muito grande” até porque as instituições de Ensino Superior “fizeram-se boas pelo mérito das pessoas que lá estão”. Universidades que “não podem ser vistas como um luxo ou um problema mas como um factor de desenvolvimento que são”, sublinhou.
O candidato socialista assinalou o papel da Uminho na região minhota e norte do país. “Cria empregos, cria empresas, atraiu novos sectores que sem as pessoas que são formadas aqui não teriam vindo para aqui, está a fazer uma subida na cadeia de valor de toda a região e não pode continuar a ser asfixiada”.
Nas críticas ao actual Governo, Manuel Caldeira Cabral alertou para a “instabilidade” que foi lançada “ao nível das políticas, da avaliação e das estruturas de toda a universidade”. A coligação de direita, ao longo dos últimos quatro anos, na óptica do candidato socialista, “retirou às universidades muita autonomia, complicou muito os processos e retirou transparência a processos de avaliação”.
O docente da Uminho diz que o PS “tem a aposta no conhecimento como a aposta central do seu programa”. Caldeira Cabral acrescentou que as empresas que criam valor em Portugal “criam valor porque souberam apostar na inovação, na formação profissional, na renovação dos seus quadros, colocando pessoas mais qualificadas e mais formadas que vêm das universidades e politécnicos”. O PS “não quer o Estado a fazer o papel das empresas, mas também não quer que se espere que as empresas façam o papel do Estado”. Manuel Caldeira Cabral dá o exemplo dos países desenvolvidos, e que defende seguir: “são os países que apostam na inovação e na ciência e que apostam na transferência de tecnologia que têm conseguido criar mais competitividade”.
Manuel Caldeira Cabral frisa também que as universidades portuguesas muito têm contribuído para o crescimento das empresas que “melhoraram a qualidade, melhoraram a produtividade, introduziram mais tecnologia e hoje concorrem sem ter medo dos países de baixos salários porque sabem que estão a concorrer com produtos com maior valor. Isso permite-lhes ser competitivos, enfrentar o mercado global pagando salários mais decentes”, explicou.
O candidato socialista pelo distrito de Braga regressou ontem à UMinho para o debate “Ciência, inovação e ensino superior na próxima década” e que contou com a presença de Alexandre Quintanilha, Manuel Heitor e Tiago Brandão Rodrigues.